sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Cinema no Restaurante: Um Lugar para viver

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É tão difícil falar de amor, de uma forma coesa dentro do cinema. Na verdade, é difícil falar de relacionamento, companheirismo e de uma relação verdadeira dentro do cinema.

Por que em um filme, onde um vampiro se apaixona por uma humana, é fácil deixar a imaginação levar, afinal nesse cenário tudo pode acontecer.

Mas falar de uma relação real, de uma relação que não é conturbada, não tem traição, não tem ninguém morrendo, é difícil abrir o seu leque de opções, porque a vida não dá tantas opções.

O casal, Burt ( John Krasinki) e Verona ( Maya Rudolph),  estão esperando o seu primeiro filho, e resolvem viajar pelo EUA, com um intuito: Encontrar o lugar perfeito para começar a sua família. Pelo caminho, eles tentam se conectar com antigos conhecidos e velhos amigos, que podem ajudá-los a descobrir o que é ‘um lar’ siginifica para eles. 

Away We Go (2009)

Eu me interessei em ver esse filme depois que vi uma entrevista com o John Krasinki <3, falando o quanto esse filme era o real, o quanto ele amou participar dessa experiência. Sabia que tinha a Maya, e que era dirigido por ninguém menos que Sam Mendes (de Beleza Americana). Pronto! Já tinha entrado na minha lista de filmes para ver.

john-krasinski-and-maya-rudolph-in-away-we-go-$7043109$300Ri, chorei e me emocionei com a relação de Burt e Verona. Você só fica pensando que quer um relacionamento assim. Eu também gostei de como o filme mostrou, que apesar de terem mais de 30 anos, e estarem a espera do primeiro filho, eles ainda estão descobrindo o que querem da vida.

A sociedade nos leva a crer que se você não tem um a resposta para tudo na sua vida, você não tem valor. Você tem que saber as repostas com 15 anos, com 20 anos, com 30 anos, com 40 anos, e por aí vai.

Você não pode ter dúvidas, e não pode vacilar. What cruel world!

Em um momento, Verona diz:

“Verona: Burt, nós somos fracassados?
Burt: Não! O que você quer dizer? 
Verona: …eu digo, nós temos 34 anos…    
Burt: Eu tenho 33. 
Verona: ….e nós ainda nem temos as coisas básicas decididas.
Burt: Básico, como?
Verona: Básico, tipo como viver. 
Burt: Nós não somos fracassados.”

Enquanto, eles vão passando pelas mais diversos tipos de famílias de conhecidos, eles vão juntando as experiências, e começando a determinar o modo como eles querem criar os filhos.

THE LIMITS OF CONTROLO mais interessante, é que enquanto eles vão procurar no mundo a resposta para as dúvidas, elas estão dentro deles, somente esperando que a sensação certa apareça, para vir a tona.

O ponto alto do filme vai para um das cenas mais fofas, bonitas e românticas dos últimos anos.

Em um momento, tentando atrelar a vontade de Burt de casar e a recusa de Verona em ter um ‘casamento’, temos uma amostra do que realmente deveria ser uma cerimônia de casamento: um olhando para o outro, prometendo e pedindo aquilo mais de essencial para a vida juntos.

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O filme mostra o caminho certo, não para o que todos querem, mas para o que é melhor para a sua vida.

As atuações, o roteiro e até mesmo a trilha, são de um nível altíssimo! Nem preciso comentar de John, e a sua fofura gigantesca? Se esse cara não é um homem fantástico, tem sido um ótimo ator pelos últimos 7 anos.

O casal não tem aquela química que procuramos desesperados em filmes de romance, eles tem aquela cumplicidade, que só pessoas que se conhecem podem ter.

Um filme memorável!

Fanny Ladeira

Próxima Sessão: Meia Noite em Paris

Um comentário:

  1. Nossa, não conhecia esse filme, mas depois de ler o post fiquei com a sensação de que PRECISO vê-lo! Gostei muito! Sem falar que o cartaz é tudo, adoro essa carinha de desenho.

    Bj
    escrevendoloucamente.blogspot.com

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Fanny Ladeira!