domingo, 5 de junho de 2011

0

A verdade sobre o YA

Bom dia galera,

Ontem no conceituado Wall Street Journal, jornal americano que não divide a fama do NY times, mas que tem o mesmo prestigio. Foi divulgado um artigo, que é no mínimo ( mínimo) contestável.

A autora Megan Cox Gurdon, resolveu falar sobre o caminho obscuro que os livros YA (ou seja, livros direcionados para o público adolescente) estão tomando. Eu não vou traduzir o artigo inteiro, por que simplesmente não é merecedor. Se você quiser ler o artigo é só clicar AQUI.

O Mundo Real

“…Tão obscuros que seqüestros, espancamentos, incestos e violência brutal são coisas que fazem parte do que o livro fala diretamente, em termos gerais, direcionados para crianças entre as idades de 12 à 18 anos.” Tirado do artigo acima.

Eu sei. Os pais querem, acima de tudo, que os seus filhos tenham uma vida tranquila, longe de preocupações. Mas há uma clara diferença entre, dar uma vida tranquila ao seu filho, e deixa-ló alienado de todo o resto.

A violência, e os abusos que a jornalista alardeou encontrados nas YA's não são nada mais, do que vários adolescentes vivem diariamente. Seus filhos vivem em um ambiente saudável? Parabéns! Mas nem todos tem essa oportunidade.

Muitos adolescentes tem que conviver, com mortes, suicídio, violência, seja dentro ou fora de casa, e em alguns casos, até mesmo abusos sexuais. É uma realidade triste? Sim, mas é uma realidade!

Quando eu tinha 12 anos, eu li um livro nacional que se chama, Depois Daquela Viagem. No livro, a personagem depois de fazer sexo irresponsável, acaba pegando HIV, e o livro, fala muito bem sobre todas as consequências, sobre o tratamento, e principalmente sobre o preconceito que ela passava. Não é um relato sobre uma vida de contas de fadas.

Aí, vão poder falar, “Mas você era tão nova, poderia te impressionar”. E me impressionou, mas não de uma forma ruim, muito pelo contrário. Aprendi que com DST não se brinca, e que se uma pessoa tem HIV ela não precisa (e nem deve) ser margilizada.

A Influência do YA

Eu não sou mais uma adolescente. Já tenho quase os meus 23 anos.

Eu estudei a vida inteira em escola pública, tive amigos que começaram a ter relações sexuais cedo, que experimentaram drogas, que já gostavam de beber com 14 anos, todos os tipos de colegas que os adolescentes tem em sua volta.

Não fui a número 1°, mas me esforçava. Não passei em federal, mas consegui bolsa para faculdade. Terminei a minha faculdade no tempo certo, sem nenhum percurso, e já trabalho desde a idade permitida.

Eu nunca nem experimentei drogas, e não gosto de nada com álcool.

Não que eu esteja falando que é ruim, mas é quem eu sou, e olha só! Li YA durante a minha adolescência inteira! Que coisa, não?

As pessoas, os parentes, os pais, tendem a colocar a culpa do comportamento dos filhos em tudo. Nos livros, nos filmes, nos jogos, mas honestamente a culpa está no ambiente que o adolescente vive, e na capacidade do adolescente se abrir com alguém.

Em casa, sempre tive liberdade para conversar sobre tudo. Pude perguntar tudo o que queria saber sobre sexo para os meus pais, sem que a minha mãe tivesse um ataque do coração. Nunca fui proibida de ler nada, nem mesmo o “cruel”, Harry Potter.

Ao contrário, vendo a minha fascinação, meu pai resolveu ler também. Ele não fez comentários sobre as bruxarias, ele só me falou, que Harry estava sonhando com tudo aquilo para fugir da realidade que ele tinha que enfrentar dentro da casa dos tios. Interessante, não?

Em nenhum YA, há mensagens subliminares. Não há escondido dentro do livro, uma parte que o autor escreve “ depois que terminar de ler esse livro, vá lá, e faça sexo com o primeiro menino que aparecer”.

Não me lembro, de um livro sequer falando que bebida alcoólica era boa. Nenhum.

Até mesmo, o “Super Violento” como a Mrs.. Gurdon citou Jogos Vorazes, não tem nada de influenciador. Nele, a única coisa que Suzanne Collins é mostrar um futuro mais violento, nada mais que isso.

Há cenas fortes, mas nada que supere ao que a própria história do mundo já causou. Você sabia que na época das Cruzadas, foi organizada uma Cruzadas das Crianças?

Você sabia que nos Campos de Concentração durante a 2° Guerra Mundial, as crianças eram mortas em câmeras de gás, assim como os adultos?

Então não podemos recomendar “O Diário de Anne Frank” para nenhum adolescente, é isso? Porque tem violência, abusos, mortes e espancamentos?

YA SAVES

Sabe o que eu mais influenciada, lendo os livros da Série Harry Potter? Eu queria ser inteligente como a Hermione.

Os livros sempre foram meu porto seguro, e os YA sempre estavam no topo da lista. Quando os pais brigavam e você tinha ficar escutando tudo aquilo.

Quando os irmãos são uns chatos é só fazem te criticar, é só virar e ler ali, que os irmãos são chatos em qualquer lugar.

Quando a sua melhor amiga pisa na bola, diversas vezes, e você fica sofrendo, ainda bem que tem um livro ali.

E principalmente, quando aquela angústia bate, e todos aqueles sentimentos confusos, fortes e tão secos batem na porta, é tão bom ter um livro, que você pode recorrer.

YA Saves, não tentem negar isso. Não tentem fazer de contas que não passaram por isso. Passou, todos passaram.

Bullyng, anorexia, bulimia, pressão dos amigos e da sociedade para serem perfeitos. É muita coisa para um adolescente assimilar e conseguir viver bem.

Li um monte de Tweets falando que o YA ajudou a perceber que não precisamos ser perfeitos. Isso é tão verdadeiro.

Obrigado autores por pensarem nos jovens, por pensarem nos problemas, nas cobranças e na bagunça que a cabeça fica.

Obrigada por serem os amigos silenciosos, que nós ajudam!

Obrigada, Obrigada YA books!

Fanny Ladeira

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar!


Agora peça um delicioso prato ao nosso chef, e continue a sua visita pelo O Restaurante do Fim do Universo.

Fanny Ladeira!