segunda-feira, 20 de junho de 2011

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Resenha: As vantagens de ser invisível

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Livro: As Vantagens de ser invisível

Autor: Stephen Chbosky

Editora: Editora Rocco

Nota: 5 estrelas

No livro de estréia do roteirista norte-americano Stephen Chbosky, As vantagens de ser invisível sai no Brasil pela coleção Batendo de Frente da Rocco Jovens Leitores, cuja proposta é pôr o jovem em confronto com realidades cáusticas.

Não poderia ser diferente.

Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento.

Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

Quem freqüenta blogs literários, deve ter ficado sabendo que há algumas semanas atrás, que a tag YAsaves, tomou o twitter, devido a um artigo extremamente preconceituoso feito por uma colunista americana. Eu fiz até um post, falando o que eu achava do assunto.

No artigo, ela fala que os livros de YA são uma má influência para os jovens, por conter más exemplos, e ter cenas de sexo, drogas e romances homossexuais.

Ao ter passado a minha adolescência, entre vários livros fortes de YA, que me ensinaram a viver mais, e a conhecer mais do mundo em que vivemos, eu fui, de certa forma, salva de cair em armadilhas. Tive de tempo de analisar e compreender, ao meu próprio tempo, tudo o que queria, e tudo o que sentia, e porque isso ou aquilo, juntos me faziam ser quem eu realmente era.

E, é isso exatamente o que torna esse livro tão esplêndido.

“Então está é a minha vida. E eu quero que você saiba, que estou feliz e triste, e eu ainda estou tentando descobrir como pode ser assim.”

Charlie, o personagem principal, que eu admito, considerei até muito alienado da realidade, e pelo menos nas primeiras páginas, um chorão de primeira. Mas, quando vamos lendo mais e mais, sobre a sua vida, e sobre os seus sentimentos, vamos tendo mais consciência de quem ele realmente ele é, embora nem ele mesmo, tenha descoberto.

Tentando esmiuçar vários conceitos da vida, Charlie, é apresentado ao amor, as drogas, ao sexo, as complicadas relações amorosas, a livros e bandas novas.

"Charlie, nós aceitamos o amor, que nós achamos que merecemos” Sam

Junto com todas essas experiências, que poderiam literalmente quebrar uma pessoa, Charlie é exposto a realidade, e motivado a colocar as suas próprias impressões sobre tudo.

Ajuda muito, embora no começo não podemos perceber isso, as conexões que ele vai fazendo pelo caminho, com as pessoas a sua volta.

Começando por um sentimento de culpa pela morte da sua tia, e passando por um companheirismo com a sua irmã, e chegando em momentos de amor e ódio com os amigos.

Em menos de 243 páginas, temos a oportunidade de reavaliar vários momentos das nossas vidas, enquanto testemunhamos as cartas que Charlie escreve para um desconhecido.

Chbosky, usa as suas armas para mostrar ao jovem que irá ler esse livro, a ter uma reflexão sobre a vida, sobre todos os sentimentos que somos assolados todos os dias.

Ele quer, que você reflita sobre todas as conexões que você tem com o mundo. O que um livro pode te proporcionar, o que uma música pode te dizer, e até mesmo o que um momento pode significar na sua vida.

Detalhe para a Sam, paixão de Charlie durante o livro, que tem um papel importante para o crescimento e amadurecimento de Charlie, e Bill, um professor de literatura que trabalha como um mentor para o rapaz.

Posso passar o dia inteiro, falando das maravilhas desse livro, que são muitas, acredite. Mas prefiro, deixar vocês o buscarem, e ter as suas próprias experiências ao lê-ló.

Afinal, é essa a intenção do autor.

Tem que ler!!!!!!!

O Filme

O motivo que descobri esse filme, é pelo fato, dele estar sendo filmado nesse momento. Entre as estrelas que estão no elenco podemos encontrar Logan Lerman, Emma Watson, Paul Rudd e Nina Dobrev.

Eu fiquei extremamente curiosa para saber, porque Emma Watson havia escolhido esse filme, e baseando no livro, dá para entender completamente.

Tanto ela, quanto Logan, que interpretam Sam e Charlie respectivamente, tem um maravilhoso material para trabalhar, e eu sei que muitas coisas vão ser cortadas do filme, para tornar ele mais “leve”,( como também fizeram com Nick e Norah – Uma noite de amor e música, mas mesmo assim o filme ficou ótimo!),  mas isso não significa que a essência seja perdida, e espero que isso aconteça com esse filme, porque agora estou extremamente ansiosa para assisti-ló.

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DETALHE: O escritor é o criador de uma das melhores séries que assisti  na minha vida, Jericho. Que infelizmente foi cancelada na 2° temporada, mas isso não é uma conexão com qualidade da estória.

Só de analisar essa turma de talentos juntos, minhas esperanças de que o filme seja muito bom, aumentou muito, então….

Fanny Ladeira

MV5BMTM3MDUxMzE2MF5BMl5BanBnXkFtZTYwMzYzNjM0._V1._SX214_CR0,0,214,314_Stephen Chbosky cresceu em Pittsburgh, Pensilvânia, e fez o curso de graduação em roteiro na University of Southern California. Seu primeiro filme, The four corners of nowhere, estreou em 1995, no Sundance Film Festival e depois ganhou menção honrosa de melhor filme no Chicago Underground Film Festival. Atualmente vive em Nova York, onde seu trabalho como roteirista a cada dia torna-se mais sólido. As vantagens de ser invisível é seu primeiro romance.

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Fanny Ladeira!